sexta-feira, 15 de outubro de 2010

À Procura de um Amor

Você está aí sozinho.
Devora um saco de batatinha frita enquanto espera o telefone
tocar.
Bem que poderia ser hoje, um
amor novinho em folha!
Trrrimmmmmm!!! É a sua mãe,
quem mais poderia ser?
Amor nenhum faz chamadas por
telepatia.
Amor não atende com hora
marcada.
Ele pode chegar antes e
encontrar você numa fase
galinha,
nem aí para relacionamentos.
Pode chegar tarde demais
e ver você desiludido com a vida,
desconfiado.
Por que ele nunca chega na hora
certa?
Agora, por exemplo, você está de
banho tomado,
empregado e com dinheiro para
ir ao cinema!
Agora que você pintou o
apartamento, organizou o seu
quarto.
E justo agora está com o coração
às moscas e morrendo de frio.
O amor aparece quando se
menos imagina.
Você passa a festa inteira
hipnotizado alguém
que nem lhe enxerga e mal
repara no outro alguém
que só tem olhos para você.
O amor é que nem tesourinha de
unhas.
Nunca está onde a gente pensa.
O amor pode estar num corredor
de supermercado,
numa fila de banco, ou numa
livraria,
ao seu lado, num carro parado ali
no trânsito.
O amor está em todos os lugares.
Você é que não procura direito.
Então, a primeira lição está dada:
o amor é onipresente.
A segunda é mais imprevisível:
não espere ouvir eu te amo num
jantar a luz de velas.
Amor não gosta de clichês.
É bem possível que aquele "eu te
amo"
aconteça numa terça-feira,
à tarde, depois de uma
discussão.
Idealizar é sofrer. Amar é
surpreender.